sexta-feira, 25 de maio de 2012

8. Mimi, a minha gatinha.


8.       Mimi, a minha gatinha.

Foi naquela padaria (que mais parecia uma garagem) que estava fixado uma folha escrita: 

- Doam-se gatinhos.

Imediatamente naquele momento, puxei a saia da minha mãe e disse:

- Mãe, eu quero aquele!

Lembro que fomos até atrás do balcão onde se encontrava uma pequena caixa de papelão, forrada com jornais velhos, onde estava muitos filhotes de gatinhos, todos aninhados.
Pequei o mais diferente entre eles, era o malhadinho na cor cinza de olhos verdes (o mais comum). Aquele foi um dia muito especial para mim.  Meu primeiro animal de estimação! Emoção que toda criança deveria ter.

Foi então que eu e minha mãe colocamos aquele pequeno pedaço peludinho, que não parava um momento quieto de miar, enrolamos em um saco plástico, pois tinha um vento muito forte, amarramos tudo e colocamos naquela cestinha da bicicleta caloí,  viajava apenas com a cabeça para fora observando tudo ao seu redor...

E lá íamos eu e minha mãe para casa, andando, empurrando aquela bicicleta rosa com nosso mais novo companheiro gatinho – no mesmo instante já escolhemos o nome.

ERA MIMI!
Não sabíamos o sexo ainda, mas era mimi.
Pra sempre Mimi.
-

Descobrimos depois que Mimi, vinha ser uma gatinha!
Oh que surpresa! ( minha mãe ainda ficou ressabiada, pois ela poderia vir a ter crias, foi que disse) Mimi, era minha fiel escudeira, minha confidente. Dormia sempre comigo.

Nossa casa era de madeira velha, a porta realmente era muito velha, a madeira já havia apodrecido, então abrimos um buraco na parte de baixo ( para que a Mimi pudesse sair a noite.. e voltar)

Sempre quando eu voltava da escola, chegava e esperava a minha mãe na casa da Dona Maria, que dividia conosco ( aquela senhora bêbada..) a Mimi estava lá, na frente da porta me esperando, sentadinha.

Era sempre, toda vez que eu minha mãe saiamos e voltávamos tarde da noite,
Lá estava a Mimi, sentada na frente do portão de entrada esperando a gente, logo quando ela nos via próximo chegando, disparava correndo em nossa direção.
( lembro me que assistia tudo sentado no banco de trás da bicicleta)
E lá vem a  Mimi, miando enlouquecidamente, envolta da bicicleta nos acompanhando.

Eu a amava.
( até hoje não consigo entender, como ela era tão esperta e porque fazia isso?)

Lembro-me das vezes, que eu e minha mãe tínhamos que armar de fugir escondido para a Mimi não ver a gente sair. Por que senão ela queria vir atrás. ( e nos preocupava)
Existia vezes que ela vinha realmente corrente atrás de nós pela bicicleta, miando, miando...
Gritando. Chorando.

E eu dava tchau para ela, com uma mão agarrada na cintura de minha mãe e a outra abanando, sentado na cadeira de trás da bicicleta...

Eu gritava:

- tchau mimi.
- tchau,

E lá voltava ela a sentar no meio fio da calçada, com as patinhas retinhas quase em pé.
E apenas piscava os olhinhos..

E assim eu a via desparecer...

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